Pastores questionam silêncio de Silas Malafaia sobre
personagem evangélica seminua na TV Globo: “Um exemplo a não ser
seguido”. Leia na íntegra
Publicado por Tiago Chagas em 10 de junho de 2012
Tags: assembleia de deus vitória em cristo, avenida Brasil, desafio do malafaia, evangelho puro e simples, pastor márcio de souza, pastor paulo siqueira, Pastor Silas Malafaia, Programa Vitória em Cristo, redetv!, TV Globo
Tags: assembleia de deus vitória em cristo, avenida Brasil, desafio do malafaia, evangelho puro e simples, pastor márcio de souza, pastor paulo siqueira, Pastor Silas Malafaia, Programa Vitória em Cristo, redetv!, TV Globo
O pastor Márcio de Souza,
colunista do Gospel+, publicou artigo questionando os motivos de o
pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo,
não ter se posicionado a respeito do capítulo da novela Avenida Brasil
em que a personagem evangélica, interpretada pela atriz Paula
Burlamarqui, aparece seminua dizendo “tá amarrado”.
Souza afirma que “o cara [pastor Silas Malafaia] se mete em tudo,
causa gay, movimentação dos blogueiros, vende bíblia a 900 paus, recolhe
oferta da casa própria, lei geral da copa, mas levantar a sua ‘voz
profética’ contra a Globo que é bom nada”.
Classificando a falta de manifestação de Silas Malafaia sobre o
assunto como “covardia”, Souza afirma que o pastor “fala contra quem
sabe que não tem força para reverberar contra ele, mas contra a rede
globo que paga a ele pra ele entregar a gente e nosso modo de viver pra
comercializar isso, aí mexe no bolso e ele recua”.
O colunista afirma ainda que “a covardia e o conluio dos pastores
evangélicos com as instituições poderosas sinceramente me enoja”, e
classifica a postura de diversos líderes evangélicos como “a corrupção
dos princípios bíblicos”.
Márcio de Souza pontua que o silêncio de Silas Malafaia é “medo de
perder o confortável papel dele de aparecer no comercial do ‘Promessas’
fazendo seu jabá. Convicções vendidas. E quem vende convicções, se for
preciso vende até os amigos. Esse é o perfil da maioria que anda por
aí”.
Leia a íntegra do artigo “Fala agora Malafaia, Fala” de Márcio de Souza, neste link.
Já o pastor Paulo Siqueira,
líder do movimento “Evangelho Puro e Simples”, afirma que o pastor
Silas Malafaia é “um exemplo a não ser seguido”, por causa de suas
pregações alinhadas com a teologia da prosperidade.
Siqueira afirma lamentar as “mudanças” que viu no discurso de Silas
Malafaia ao longo do tempo, e que o pastor se tornou um plano de
marketing: “Tive a oportunidade de ouvir, ao vivo, o sr. Silas pregando
nos últimos vinte anos, e infelizmente esse cidadão passou por grandes
transformações. Sua mudança ocorre de forma cronológica, pensada e
articulada por seus assessores. Do bigode ao implante de topete, muito
dinheiro e muito empreendedorismo de marketing foram necessários”.
Comentando a mensagem gravada e veiculada no programa Vitória em
Cristo, em que o pastor Silas Malafaia desafiou críticos a apontarem
erros teológicos em sua ministração pró-teologia da prosperidade, Paulo
Siqueira afirma que “tudo foi milimetricamente calculado por seus
assessores” e que a reunião de membros da ADVEC no Arena HSBC é “a
imagem perfeita para Silas demonstrar seu poder diante de partidos
políticos e seus candidatos, dizendo a todos eles: ‘estão vendo? Eu
tenho moeda de troca para barganhar com vocês’”.
Confira abaixo a íntegra do artigo “Silas Malafaia: um exemplo a não ser seguido”, de Paulo Siqueira:
No último sábado, tivemos mais um capítulo da série
“Silas Malafaia em busca do poder terreno”, uma série já dura há
bastante tempo. Tive a oportunidade de ouvir, ao vivo, o sr. Silas
pregando nos últimos vinte anos, e infelizmente esse cidadão passou por
grandes transformações.
Sua mudança ocorre de forma cronológica, pensada e articulada por
seus assessores. Do bigode ao implante de topete, muito dinheiro e muito
empreendedorismo de marketing foram necessários.
No último sábado, sinceramente eu tinha uma esperança, pois o desafio
de Malafaia era na Bíblia. Sendo assim, eu imaginava que ele, em temor a
Deus e Sua Palavra, apresentasse algo verdadeiro.
Porém, estou decepcionado, pois nada novo foi apresentado.
O pior: tudo foi milimetricamente calculado por seus assessores.
Seguindo sua própria orientação, vou desenvolver o texto segundo os
temas propostos por ele: duvidar, criticar e determinar.
a) Duvidar
O ambiente do culto foi previamente calculado. Silas reúne em um
espaço bastante conceituado no mundo dos espetáculos, pois ficaria mais
fácil a exposição midiática. Cada imagem, cada foco descreve isso. O
povo não percebeu, mas todos estavam ali fazendo parte de um espetáculo
com objetivos já calculados.
A multidão, o local são a imagem perfeita para Silas demonstrar seu
poder diante de partidos políticos e seus candidatos, dizendo a todos
eles: estão vendo? Eu tenho moeda de troca para barganhar com vocês.
Dos milhares que ali estavam, cada um representa votos a serem explorados.
Nisso, o sr. Malafaia se tornou um exímio profissional, pois sua
carreira pastoral não seria a mesma sem seus vínculos políticos. Ele
sabe as consequências e os lucros de um apadrinhamento político. Isso é
facilmente percebível ao vermos que o antigo pastor bigodudo, que
dirigia uma velha perua kombi no início do seu ministério, hoje desfila
pelas avenidas do Rio com sua Mercedez blindada, doada por um parceiro.
A prova disso é que nessa última semana foi divulgado nos meios de
comunicação uma proposta do Governo Dilma que visa proibir o aluguel de
horários na TV aberta, e os primeiros a se manifestarem contra essa
medida foram os líderes evangélicos, por se sentirem prejudicados. O
interessante dessa notícia é que parece óbvio que líderes evangélicos
realmente vêm se utilizando dos espaços de mídia para autopromoção e
para a barganha do povo, por votos, diante de partidos e políticos. Isso
é notório pelo número de políticos, futuros candidatos e interessados
ou representantes dos meios políticos nos púlpitos dos principais cultos
e eventos promovidos por ministérios evangélicos. Ou seja: o meio
evangélico já provou que pode agrupar multidões e esse é um terreno
fértil para o assédio político. Talvez seja esse o verdadeiro meio que
muitos líderes evangélicos descobriram para justificar a sua
“prosperidade” ou seu “meio de fé”.
Para líderes como Silas e outros mais, “Deus” e “Jesus” são meros
produtos a serem negociados dentro do seu enorme panteão de mercadorias,
que estão disponíveis para todo aquele que esteja pronto a pagar. Há
uma perda considerável da definição do que é Sagrado e Profano.
“Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas
coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o profano, nem
discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e
assim sou profanado no meio deles”. Ezequiel 22:26
Segundo ponto a analisar: que o sr. Malafaia não abandona a sua
postura de arrogância, prepotência, soberba narcisista. Fica evidente,
pelo desdém e pela ironia ao citar aqueles que o criticam, o uso de
termos como trouxas, idiotas, babacas, panacas, manés, bandidos, e
outros mais que só os bastidores podem revelar. Segundo pessoas que o
acompanham nisso, dizem ser comum palavras de baixo calão na boca desse
homem.
Esse desrespeito o deixa cego, pois hoje no Brasil calcula-se que o
número de blogs pode ultrapassar os cem mil, e muitos dos que têm blogs
também têm uma formação. São teólogos, filósofos, sociólogos,
antropólogos, e seus blogs são uma forma de estender a todos suas fontes
de conhecimento. Muitos blogs nascem no período da graduação ou
pós-graduação, ou até no mestrado ou doutorado. É preciso saber que as
extravagâncias e o modo de ser nada peculiar do sr. Silas é objeto de
pesquisas em muitas universidades, em cursos de mestrado e doutorado,
pois sua forma espetaculosa de culto já há muito tempo é percebida nos
meios acadêmicos.
Então, chamar blogueiros na TV de idiotas, analfabetos e demais
adjetivos pejorativos não responde com a verdade. Essa é a forma que o
sr. Silas se utiliza para se corresponder com aquilo que ele acha que é
inferior e desprezível ao seu modo de ser.
Ainda há a ira com que Malafaia fala dessas pessoas. Tanto sua
postura como seu linguajar estão totalmente contrários ao modo de ser de
um verdadeiro homem de Deus, pois a Bíblia nos revela que seremos
conhecidos pelos frutos, e frutos do Espírito Santo, e ainda destaca
esses frutos:
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. – Gálatas 5.22
Com certeza, quem já teve a oportunidade de assistir aos programas do
Silas Malafaia, percebe que ele se esqueceu desse versículo.
Agora, o ponto central no desafio é a pregação. Silas, de forma que
eu também acredito pensada e articulada, apresenta suas ideias em
versículos fracionados, ou versículos isolados. Isso é típico de quem
tem a arte de manipular através das palavras. O sr. Silas descreve,
através de suas pregações, que com certeza não tem conhecimento bíblico
necessário para expor, através de uma pregação ou um sermão, as bases do
discurso fundamentadas em técnicas básicas da exegese e da
hermenêutica, palavras essas que já até ouvi ele citar, porém quem ouve
sua pregação vê que é impossível acreditar que ele saiba praticar uma
boa exegese e uma boa hermenêutica.
Eu perguntaria: o sr. Silas apresentaria suas ideias, suas bases
sobre a Teologia da Prosperidade diante de uma banca acadêmica, formada
por biblistas renomados, já que defende suas ideias com tamanho afã?
Acredito que não.
Silas descreve, através de sua pregação, que nivela seus ouvintes por
baixo, com chavões místicos, muita oratória baseada em histórias
pessoais e, quando apresenta alguma coisa diferente, demonstra estar
plagiando algum texto ou sermão que nunca fornece a referência. Isso é
facilmente percebível, pois falta em seus sermões referenciais
teológicos, históricos, antropológicos, filosóficos. Ou seja, é difícil
classificar o sr. Silas como teólogo, ou perceber que suas ideias partem
de uma teologia sistemática, aprofundada pelo pensamento e pelo
mergulho num mundo de ideias.
Com certeza, sua justificativa é a de muitos pregadores do meio
pentecostal e neopentecostal: eu prego pelo Espírito. Porém, o mesmo
apóstolo que ele usou no sábado para apoiar suas ideias, nos diz:
“Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o
entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o
entendimento.’ – 1 Coríntios 14:15
Sabemos que todo ser humano tem seu conhecimento. Paulo Freire
destaca em sua obra a sabedoria popular como um dos grandes referenciais
para o crescimento dos seres humanos. O que acontece é que o contexto
pentecostal é direcionado com projetos onde suas lideranças vivem num
mundo cercado por uma forte concorrência pessoal e ministerial. Exemplo
disso: é só acompanhar nos sábados pelo manhã aos embates que ocorrem
por uma mesmo denominação, em um mesmo período de horário.
Fico a pensar: o que um leigo pensa depois de ficar um sábado, das 8
às 12 horas, vendo a programação da Rede TV? Será que ela seria capaz de
definir o que a Assembleia de Deus e quem são os seus líderes?
Isso só é possível depois de meses ou anos mergulhado nessas igrejas,
que devido à ganância de seus líderes, se perdem diante daquilo que
eles pregam e diante de toda a sua história. Muitos desses líderes
provaram dos prazeres do mundo, e se perderam em suas essências, não
sabendo mais o caminho de volta, ou muitos não querem voltar ao velho
discurso de abençoar pobres e viúvas.
A teologia da prosperidade dá frutos “muito melhores”, pois na medida em que o povo é abençoado, seus líderes também são.
Silas e muitos outros líderes, sem perceber, têm saído de uma
teologia sistemática consistente e fundamentada para criar, cada um, as
suas teodisséias. Ou seja, eles partem do princípio bíblico, porém vão
aos poucos manipulando esses princípios, até que o povo não se aperceba
que estão praticando e servindo a conceitos adulterados. Por isso, Silas
se utiliza, em suas pregações, da palavra “verdade”. No decorrer do seu
ministério, destacou-se por sempre buscar a verdade. Porém, quando é
interpelado por suas próprias palavras, ele revela sua ira.
É preciso saber que a igreja brasileira tem mudado. Hoje temos acesso
a novas literaturas, melhor formação, e a internet possibilita contato
com o mundo todo de forma rápida e segura. Hoje já temos aulas dos
grandes centros de pesquisa traduzidas para o português e disponíveis
para todos os que desejam o conhecimento. Temos, hoje, editoras
traduzindo os livros e autores históricos do cristianismo. É preciso
urgentemente que o sr. Silas fundamente a sua teologia, que descubra
através de estudos sérios que a filosofia não é um besteirol, mas sim
uma ciência que muito pode apoiar o teólogo, pois querer ser um deus
numa terra de cegos é algo que será bastante trabalhoso, pois os
blogueiros estão atentos.
b) Criticar
Bem, aqui exerço o que é peculiar na minha formação, pois sou teólogo
formado em uma instituição teológica conceituada e reconhecida. Possuo
pós-graduações e sou um assíduo participante de congressos e seminários,
sem contar que sou um leitor apaixonado pelo conhecimento.
Tudo isso para dizer que os termos pejorativos podem até se encaixar a
mim, mas me esforço para ser um teólogo que caminha nos passos da
vida, pois um teólogo que não se empenha na arte da crítica não
entendeu os porquês da sua formação.
O texto apresentado pelo sr. Silas se fundamenta em 2 Co 9. Ele
apresenta o texto totalmente fracionado, ou seja, não faz uma exegese do
texto. É preciso dizer que citar um texto do Apóstolo Paulo e não
fundamentá-lo com a vida do apóstolo é algo terrível para todo biblista.
É preciso dizer que o Apóstolo Paulo reflete para nós os passos a ser
percorridos de homem pecador a homem transformado e nascido de novo pela
ação do poder de Deus.
Então, usar textos referidos ao Apóstolo Paulo sem falar de seu
caráter é uma perda de tempo. Paulo é exemplo a ser seguido por
teólogos, missionários, pastores, enfim, por homens e mulheres que
desejam “VIVER” de forma plena o ministério de Cristo, pois sua mensagem
se relaciona com sua vida, pois nele estava o Espírito de liberdade e a
teologia da cruz.
A carta aos Coríntios tem sido usada por muitas igrejas para criar
teologias não existentes, como por exemplo as doutrinas de usos e
costumes, que durante décadas subjugaram as mulheres no seio da igreja.
De repente, do nada essas doutrinas desaparecem, e muitos são os
pregadores e líderes que até hoje não explicaram ao povo anos e anos de
uma doutrina não pertencente à teologia de Paulo.
O sr. Silas apresenta um texto sem antes buscar definições e
pressupostos. Isso só seria possível se ele fosse um exímio conhecedor
dos textos originais. Ou seja, conhecedor do grego e do hebraico, e das
demais línguas antigas. Fazer exegese é um trabalho fascinante, pois é
uma forma de interpretar a Bíblia. O grande problema é que muitos
pastores de formação pentecostal não se aplicam ao estudo real da
Palavra de Deus.
Hoje é possível ter um ”diploma” ou “certificado” teológico de forma
tão superficial, que você se matricula, recebe as lições e o diploma,
tudo na mesma hora. E muitos são aqueles que acreditam que isso
é estudar teologia.
Os efeitos colaterais desses cursos, seminários, institutos e demais
formas de dizer que se estuda a Bíblia são as heresias que se
multiplicam dia após dia.
O sr. Silas tenta de alguma forma se apresentar como conhecedor da
Bíblia, porém ele se aplica dentro do seu contexto, e sabe para quem
está falando. Divide o sermão com o intuito de aplicar técnicas de
oratória, vindas do seu curso de Psicologia. Ou seja, utiliza-se de
pontos de pressão, com informação, palavras responsivas, fazendo com que
o público viaje dentro do texto, tendo a impressão de que está
totalmente aprofundado no mesmo. Porém, os pontos são batidos à
exaustão, e muitos, sem saber, estão dentro de uma teodisséia muito bem
pensada.
Ele destaca, em seu texto, palavras como oferta, bênção, glória de
Deus, Graça de Deus. Tudo isso como pressupostos para um ato de fé. Em
momento algum, ele sai do capítulo referido, pois se partisse para outro
capítulo, com certeza seria quebrado o “encantamento” a ser aplicado ao
público que o ouvia, pois as cartas aos coríntios não têm como centro a
oferta, e não somente a prosperidade. Para Paulo, a mensagem de Cristo é
para os que sofrem, para os que buscam um sentido na vida.
Para falar sobre as ofertas, era preciso também dizer do contexto
cultural e social da vida em Corinto. Aí, com certeza, entenderia-se o
porquê da perícope do capítulo 9 de 2 Coríntios.
Esse é o grande mal de muitos pregadores: utilizar-se do texto
bíblico sem conhecer o texto de forma aprofundada. Eu não acredito que o
Espírito Santo tenha a capacidade de revelar a um pregador um texto de
forma errônea, ou ensinar um texto de forma errada, sabendo que Ele
mesmo capacitou a outros para saber aquele texto de forma mais
aprofundada.
Temos hoje, no Brasil, teólogos, biblistas que não precisam se
utilizar de “americanos” para trazer ensino e conhecimento de qualidade
para o seio da igreja brasileira. É preciso dizer que na América há
muitas teologias boas. Não sei o porquê o seio pentecostal parece trazer
sempre conceitos duvidosos e pouco proveitosos.
Criticar esse texto do sr. Silas fica até fácil, pois o texto
apresentado é sua base para justificar sua teologia da prosperidade.
Ainda bem que ele mesmo diz, em sua pregação: “eu não sei tudo da
Bíblia”. Teologia da prosperidade não se encaixa com nossa realidade
cultural e social.
Isso revela o porquê de tantos anos necessários para justificar essa
teologia. Somos um continente onde predomina a exploração dos mais
fracos. Onde analfabetismo, fome, sede, doenças, falta de saneamento
básico, falta de moradia, violência são utilizados como forma de
sustento político-social. Onde até mesmo as soluções para todos esses
problemas têm o mesmo intuito. Então uma teologia para essa realidade
tem que nascer nesse meio, ou seja, tem que ser o reflexo da realidade e
da cultura desse povo.
Não adianta ir aos EUA e se deslumbrar com os grandes templos, com a
prosperidade de muitas denominações, e colocar tudo isso na mala, e
desembarcar no Brasil se sentindo o “inventor da roda”. Essa teologia
pode até funcionar nos grandes centros urbanos, porém no interior e nos
Estados longínquos, isso não fará efeito algum.
A prova disso é que a fome, a miséria e a morte ainda fazem parte de
muitos lugares no Brasil. Teologia da prosperidade precisa ser revista,
precisa ser aprimorada por pessoas responsáveis, que tratem a Palavra de
Deus com seu verdadeiro sentido. Não basta jogar ao vento, imaginando
que ela trará o seu resultado.
c) Determinar
Sei que, se o sr. Silas ou algum dos seus auxiliares, chegou até
aqui nesse artigo, com certeza já levei vários nomes pejorativos, que
fazem parte do vocabulário dessa gente. Porém, quero aqui fazer
lembrança de que muito do que o sr. Silas sonha e almeja
ministerialmente, já foi alcançado por um pastor americano da sua
própria denominação. Um homem que conseguiu aos sábados pela manhã
unificar os quatro continentes em torno do seu programa televisivo. Algo
incrível, em se tratando de quase três décadas atrás.
Isso nos faz pensar no que será possível hoje, com todos os avanços
tecnológicos disponíveis. Então, o caminho almejado pelo sr. Malafaia já
tem um referencial, e eu acredito que, se utilizando dos conchavos
políticos, da sua teodisséia, ele irá alcançar e até ultrapassar muitos
pastores pelo mundo. Porém, é preciso lembrar também que este pastor
americano referido caiu, da mesma forma que subiu, em um escândalo
mundial.
Acredito que o sr. Silas terá um programa de auditório na TV, terá um
programa interligado mundialmente, porém é preciso lembrar que a
soberba, a vaidade, a ganância precedem a queda. O sr. deveria estudar a
biografia de grandes líderes mundiais, e com certeza verá uma relação
entre todos: não subestime nem despreze as pessoas.
Talvez o sr. esteja me chamando de “profetinha de meia-tigela”, ou
outros nomes. Porém, quero deixar aqui, para terminar, um versículo do
Apóstolo Paulo, que você não referiu na sua pregação, mas que pode ser
lido ao todo:
“Ora, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios
segundo a carne, nem muitos os poderosos. nem muitos os nobres que são
chamados. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para
confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para
confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as
desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são; para que
nenhum mortal se glorie na presença de Deus”. 1 Coríntios 1:26-29
Certa vez ouvi um provérbio que mudou minha vida, e gostaria de terminar esse artigo com esse provérbio:
“É muito fácil perceber quando alguém fala movido pelo Espírito Santo de Deus: pois com poucas palavras nos toca o coração”.
Precisamos de homens e mulheres capacitados de poucas palavras e que
de forma pura e simples nos toque o coração, ao ponto de transformar
nosso modo de ser.
Que Deus abençoe a todos.