SE ALGUÉM FALAR, FALE SEGUNDO AS PALAVRAS DE DEUS; SE ALGUÉM ADMINISTRAR, ADMINISTRE SEGUNDO O PODER QUE DEUS DÁ, PARA QUE EM TUDO DEUS SEJA GLORIFICADO POR JESUS CRISTO, A QUEM PERTENCE A GLÓRIA E O PODER PARA TODO O SEMPRE. AMÉM. 1 Pe 4.11
O resultado da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o Protestantismo.
A Pré-Reforma foi o período anterior à Reforma Protestante no qual se
iniciaram as bases ideológicas que posteriormente resultaram na reforma
iniciada por Martinho Lutero.
A Pré-Reforma tem suas origens em uma denominação cristã do século XII conhecida como Valdenses, que era formada pelos seguidores de Pedro Valdo, um comerciante de Lyon que se converteu ao Cristianismo por volta de 1174. Ele decidiu encomendar uma tradução da Bíblia
para a linguagem popular e começou a pregá-la ao povo sem ser
sacerdote. Ao mesmo tempo, renunciou à sua atividade e aos bens, que
repartiu entre os pobres. Desde o início, os valdenses afirmavam o
direito de cada fiel de ter a Bíblia
em sua própria língua, considerando ser a fonte de toda autoridade
eclesiástica. Eles reuniam-se em casas de famílias ou mesmo em grutas,
clandestinamente, devido à perseguição da Igreja Católica Romana, já que negavam a supremacia de Roma e rejeitavam o culto às imagens, que consideravam como sendo idolatria.[4]
No seguimento do colapso de instituições monásticas e da escolástica nos finais da Idade Média na Europa, acentuado pelo Cativeiro Babilônico da igreja no papado de Avignon, o Grande Cisma
e o fracasso da conciliação, se viu no século XVI o fermentar de um
enorme debate sobre a reforma da religião e dos posteriores valores
religiosos fundamentais.
No século XIV, o inglês John Wycliffe,[5]
considerado como precursor da Reforma Protestante, levantou diversos
questionamentos sobre questões controversas que envolviam o Cristianismo, mais precisamente a Igreja Católica Romana. Entre outras idéias, Wycliffe queria o retorno da Igreja à primitiva pobreza dos tempos dos evangelistas,
algo que, na sua visão, era incompatível com o poder político do papa e
dos cardeais, e que o poder da Igreja devia ser limitado às questões
espirituais, sendo o poder político exercido pelo Estado, representado
pelo rei. Contrário à rígida hierarquia eclesiástica, Wycliffe defendia a
pobreza dos padres e os organizou em grupos. Estes padres foram
conhecidos como "lolardos". Mais tarde, surgiu outra figura importante deste período: Jan Huss. Este pensador tcheco iniciou um movimento religioso baseado nas ideias de John Wycliffe. Seus seguidores ficaram conhecidos como Hussitas.[6]
A Reforma protestante foi iniciada por Martinho Lutero, embora tenha sido motivada primeiramente por razões religiosas,[7] também foi impulsionada por razões políticas e sociais[7][8][9]
os conflitos políticos entre autoridades da Igreja Católica e
governantes das monarquias européias, tais governantes desejavam para si
o poder espiritual e ideológico da Igreja e do Papa,[10][11] muitas vezes para assegurar o direito divino dos reis;
Práticas como a usura era condenada pela ética católica, assim a burguesiacapitalista
que desejava altos lucros econômicos sentiram-se mais "confortáveis" se
pudessem seguir uma nova ética religiosa, adequada ao espírito
capitalista, necessidade que foi atendida pela ética protestante e
conceito de Lutero de que a fé sem as obras justifica (Sola fide);[11][10][12][13][14][15]
Algumas causas econômicas para a aceitação da Reforma foram o desejo
da nobreza e dos príncipes de se apossar das riquezas da igreja
católica e de ver-se livre da tributação papal.[16]
Também na Alemanha, a pequena nobreza estava ameaçada de extinção em
vista do colapso da economia senhorial. Muitos desses pequenos nobres
desejavam às terras da igreja. Somente com a Reforma, estas classes
puderam expropriar as terras;[17][18][19]
Durante a Reforma na Alemanha, autoridades de várias regiões do Sacro Império Romano-Germânico pressionadas pela população e pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das igrejas,[20] substituindo-os por religiosos com formação luterana;[21]
Lutero era radicalmente contra a revolta camponesa iniciada em 1524 pelos anabatistas liderados por Thomas Münzer,[21] que provocou a Guerra dos Camponeses.
Münzer comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois
propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem propriedade privada,[21] Lutero por sua vez defendia que a existência de "senhores e servos" era vontade divina,[21] motivo pelo qual eles romperam.[16] Lutero escreveu posteriormente: "Contras
as hordas de camponeses (...), quem puder que bata, mate ou fira,
secreta ou abertamente, relembrando que não há nada mais peçonhento,
prejudicial e demoníaco que um rebelde".[21]
Após a Guerra dos Camponeses os anabatistas continuaram sendo perseguidos e executados em países protestantes,[7] por exemplo, a Holanda e Frísia, massacraram aproximadamente 30.000 anabatistas nos dez anos que se seguiram a 1535.[7]
Essas teses condenavam a "avareza e o paganismo" na Igreja, e pediam um debate teológico sobre o que as indulgências significavam. As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Após um mês se haviam espalhado por toda a Europa.[24]
Após diversos acontecimentos, em junho de 1518 foi aberto um processo por parte da Igreja Romana contra Lutero, a partir da publicação das suas 95 Teses. Alegava-se, com o exame do processo, que ele incorria em heresia. Depois disso, em agosto de 1518, o processo foi alterado para heresia notória.[25] Finalmente, em junho de 1520 reapareceu a ameaça no escrito "Exsurge Domini" e, em janeiro de 1521, a bula "Decet Romanum Pontificem" excomungou Lutero. Devido a esses acontecimentos, Lutero foi exilado no Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde permaneceu por cerca de um ano. Durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou na sua tradução da Bíblia para o alemão, da qual foi impresso o Novo Testamento, em setembro de 1522.[26]
Extensão da Reforma Protestante na Europa.
Enquanto isso, em meio ao clero saxônio, aconteceram renúncias ao
voto de castidade, ao mesmo tempo em que outros tantos atacavam os votos
monásticos. Entre outras coisas, muitos realizaram a troca das formas
de adoração e terminaram com as missas, assim como a eliminação das
imagens nas igrejas e a ab-rogação do celibato. Ao mesmo tempo em que
Lutero escrevia "a todos os cristãos para que se resguardem da insurreição e rebelião". Seu casamento com a ex-freira cistercienseCatarina von Bora
incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a
Reforma. Com estes e outros atos consumou-se o rompimento definitivo com
a Igreja Romana.[27] Em janeiro de 1521 foi realizada a Dieta de Worms,
que teve um papel importante na Reforma, pois nela Lutero foi convocado
para desmentir as suas teses, no entanto ele defendeu-as e pediu a
reforma.[28] Autoridades de várias regiões do Sacro Império Romano-Germânico pressionadas pela população e pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das igrejas,[20] substituindo-os por religiosos com formação luterana.[21]
Toda essa rebelião ideológica resultou também em rebeliões armadas, com destaque para a Guerra dos camponeses (1524-1525).
Esta guerra foi, de muitas maneiras, uma resposta aos discursos de
Lutero e de outros reformadores. Revoltas de camponeses já tinham
existido em pequena escala em Flandres (1321-1323), na França (1358), na Inglaterra (1381-1388), durante as guerras hussitas do século XV, e muitas outras até o século XVIII. A revolta foi incitada principalmente pelo seguidor de Lutero, Thomas Münzer,[21]
que comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois propunha
uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem propriedade
privada,[21] Lutero por sua vez defendia que a existência de "senhores e servos" era vontade divina,[21] motivo pelo qual eles romperam,[29] sendo que Lutero condenou Münzer e essa revolta.[30]
Em 1530 foi apresentada na Dieta imperial convocada pelo Imperador Carlos V, realizada em abril desse ano, a Confissão de Augsburgo, escrita por Felipe Melanchton[31] com o apoio da Liga de Esmalcalda. Os representantes católicos na Dieta resolveram preparar uma refutação ao documento luterano em agosto, a Confutatio Pontificia
(Confutação), que foi lida na Dieta. O Imperador exigiu que os
luteranos admitissem que sua Confissão havia sido refutada. A reação
luterana surgiu na forma da Apologia da Confissão de Augsburgo, que estava pronta para ser apresentada em setembro do mesmo ano, mas foi rejeitada pelo Imperador. A Apologia foi publicada por Felipe Melanchton no fim de maio de 1531, tornando-se confissão de fé oficial quando foi assinada, juntamente com a Confissão de Augsburgo, em Esmalcalda, em 1537.[32]
Ao mesmo tempo em que ocorria uma reforma em um sentido determinado, alguns grupos protestantes realizaram a chamada Reforma Radical. Queriam uma reforma mais profunda. Foram parte importante dessa reforma radical os Anabatistas, cujas principais características eram a defesa da total separação entre igreja e estado e o "novo batismo" [33] (que em grego é anabaptizo).[34]
Enquanto na Alemanha a reforma era liderada por Lutero, Na França e na Suíça a Reforma teve como líderes João Calvino e Ulrico Zuínglio .
João Calvino foi inicialmente um humanista.
Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja
católica, este intelectual começou a ser visto como um representante
importante do movimento protestante.[35] Vítima das perseguições aos huguenotes na França, fugiu para Genebra em 1533[36] onde faleceu em 1564. Genebra
tornou-se um centro do protestantismo europeu e João Calvino permanece
desde então como uma figura central da história da cidade e da Suíça.
Calvino publicou as Institutas da Religião Cristã,[37] que são uma importante referência para o sistema de doutrinas adotado pelas Igrejas Reformadas.[38]
Os problemas com os huguenotes somente concluíram quando o Rei Henry IV, um ex-huguenote, emitiu o Édito de Nantes,
declarando tolerância religiosa e prometendo um reconhecimento oficial
da minoria protestante, mas sob condições muito restritas. O catolicismo
se manteve como religião oficial estatal e as fortunas dos protestantes
franceses diminuíram gradualmente ao longo do próximo século,
culminando na Louis XIV do Édito de Fontainebleau,
que revogou o Édito de Nantes e fez do catolicismo única religião legal
na França. Em resposta ao Édito de Fontainebleau, Frederick William de Brandemburgo
declarou o Édito de Potsdam, dando passagem livre para franceses
huguenotes refugiados e status de isenção de impostos a eles durante 10
anos.
Ulrico Zuínglio
foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas suíças.
Zuínglio não deixou igrejas organizadas, mas as suas doutrinas
influenciaram as confissões calvinistas. A reforma de Zuínglio foi
apoiada pelo magistrado e pela população de Zurique, levando a mudanças significativas na vida civil e em assuntos de estado em Zurique.[39]
O curso da Reforma foi diferente na Inglaterra. Desde muito tempo atrás havia uma forte corrente anticlerical, tendo a Inglaterra já visto o movimento Lollardo, que inspirou os Hussitas na Boémia. No entanto, ao redor de 1520 os lollardos já não eram uma força ativa, ou pelo menos um movimento de massas.
Embora Henrique VIII tivesse defendido a Igreja Católica com o livro Assertio Septem Sacramentorum (Defesa dos Sete Sacramentos),
que contrapunha as 95 Teses de Martinho Lutero, Henrique promoveu a
Reforma Inglesa para satisfazer as suas necessidades políticas. Sendo
este casado com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao Papa Clemente VII a anulação do casamento.[40] Perante a recusa do Papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531, protetor da Igreja inglesa. O Ato de Supremacia, votado no Parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da igreja, nascendo assim o Anglicanismo. Os súditos deveriam submeter-se ou então seriam excomungados, perseguidos [41] e executados, tribunais religiosos foram instaurados e católicos foram obrigados à assistir cultos protestantes,[42] muitos importantes opositores foram mortos, tais como Thomas More, o Bispo John Fischer e alguns sacerdotes, frades franciscanos e mongescartuchos. Quando Henrique foi sucedido pelo seu filho Eduardo VI em 1547,
os protestantes viram-se em ascensão no governo. Uma reforma mais
radical foi imposta diferenciando o anglicanismo ainda mais do
catolicismo.[43]
Seguiu-se uma breve reação católica durante o reinado de Maria I (1553-1558). De início moderada na sua política religiosa, Maria procura a reconciliação com Roma, consagrada em 1554, quando o Parlamento votou o regresso à obediência ao Papa.[40] Um consenso começou a surgir durante o reinado de Elizabeth I. Em 1559, Elizabeth I retornou ao anglicanismo com o restabelecimento do Ato de Supremacia e do Livro de Orações de Eduardo VI. Através da Confissão dos Trinta e Nove Artigos (1563), Elizabeth alcançou um compromisso entre o protestantismo e o catolicismo: embora o dogma se aproximasse do calvinismo, só admitindo como sacramentos o Batismo e a Eucaristia, foi mantida a hierarquia episcopal e o fausto das cerimônias religiosas.
A Reforma na Inglaterra
procurou preservar o máximo da Tradição Católica (episcopado, liturgia e
sacramentos). A Igreja da Inglaterra sempre se viu como a ecclesia anglicanae, ou seja, A Igreja cristã na Inglaterra e não como uma derivação da Igreja de Roma ou do movimento reformista do século XVI. A Reforma Anglicana buscou ser a "via média" entre o catolicismo e o protestantismo.[44]
Em 1561
apareceu uma confissão de fé com uma Exortação à Reforma da Igreja
modificando seu sistema de liderança, pelo qual nenhuma igreja deveria
exercer qualquer autoridade ou governo sobre outras, e ninguém deveria
exercer autoridade na Igreja se isso não lhe fosse conferido por meio de
eleição. Esse sistema, considerado "separatista" pela Igreja Anglicana,
ficou conhecido como Congregacionalismo.[45] Richard Fytz é considerado o primeiro pastor de uma igreja congregacional, entre os anos de 1567 e 1568, na cidade de Londres. Por volta de 1570 ele publicou um manifesto intitulado As Verdadeiras Marcas da Igreja de Cristo.[46] Em 1580 Robert Browne, um clérigo anglicano que se tornou separatista, junto com o leigo Robert Harrison, organizou em Norwich uma congregação cujo sistema era congregacionalista,[47] sendo um claro exemplo de igreja desse sistema.
A Reforma nos Países Baixos,
ao contrário de muitos outros países, não foi iniciado pelos
governantes das Dezessete Províncias, mas sim por vários movimentos
populares que, por sua vez, foram reforçados com a chegada dos
protestantes refugiados de outras partes do continente. Enquanto o
movimento Anabatista
gozava de popularidade na região nas primeiras décadas da Reforma, o
calvinismo, através da Igreja Reformada Holandesa, tornou a fé
protestante dominante no país desde a década de 1560 em diante. No início de agosto de 1566, uma multidão de protestantes invadiu a Igreja de Hondschoote na Flandres (atualmente Norte da França) com a finalidade de destruir as imagens católicas,[49][50][51]
esse incidente provocou outros semelhantes nas províncias do norte e
sul, até Beeldenstorm, em que calvinistas invadiram igrejas e outros
edifícios católicos para destruir estátuas e imagens de santos em toda a
Holanda,
pois de acordo com os calvinistas, estas estátuas representavam culto
de ídolos. Duras perseguições aos protestantes pelo governo espanhol de Felipe II contribuíram para um desejo de independência nas províncias, o que levou à Guerra dos Oitenta Anos e eventualmente, a separação da zona protestante (atual Holanda, ao norte) da zona católica (atual Bélgica, ao sul).[48]
Teve grande importância durante a Reforma um teólogo holandês: Erasmo de Roterdã.
No auge de sua fama literária, foi inevitavelmente chamado a tomar
partido nas discussões sobre a Reforma. Inicialmente, Erasmo se
simpatizou com os principais pontos da crítica de Lutero, descrevendo-o
como "uma poderosa trombeta da verdade do evangelho" e admitindo que, "É
claro que muitas das reformas que Lutero pede são urgentemente
necessárias.".[52]
Lutero e Erasmo demonstraram admiração mútua, porém Erasmo hesitou em
apoiar Lutero devido a seu medo de mudanças na doutrina. Em seu
Catecismo (intitulado Explicação do Credo Apostólico, de 1533),
Erasmo tomou uma posição contrária a Lutero por aceitar o ensinamento da
"Sagrada Tradição" não escrita como válida fonte de inspiração além da
Bíblia, por aceitar no cânon bíblico os livros deuterocanônicos e por reconhecer os sete sacramentos.[53] Estas e outras discordâncias, como por exemplo, o tema do Livre arbítrio fizeram com que Lutero e Erasmo se tornassem opositores.
Na Dinamarca, a difusão das idéias de Lutero deveu-se a Hans Tausen. Em 1536[54] na Dieta de Copenhaga,
o rei Cristiano III aboliu a autoridade dos bispos católicos, tendo
sido confiscados os bens das igrejas e dos mosteiros. O rei atribuiu a
Johann Bugenhagen, discípulo de Lutero, a responsabilidade de organizar uma Igreja Luterana nacional.[55] A Reforma na Noruega e na Islândia foi uma conseqüência da dominação da Dinamarca sobre estes territórios; assim, logo em 1537 ela foi introduzida na Noruega e entre 1541 e 1550[54] na Islândia, tendo assumido neste último território características violentas.
Na Suécia, o movimento reformista foi liderado pelos irmãos Olaus Petri e Laurentius Petri. Teve o apoio do rei Gustavo I Vasa,[56] que rompeu com Roma em 1525, na Dieta de Vasteras. O luteranismo, então, penetrou neste país estabelecendo-se em 1527.[54] Em 1593, a Igreja sueca adotou a Confissão de Augsburgo. Na Finlândia,
as igrejas faziam parte da Igreja sueca até o início do século XIX,
quando foi formada uma igreja nacional independente, a Igreja Evangélica
Luterana da Finlândia.
Na Hungria,
a disseminação do protestantismo foi auxiliada pela minoria étnica
alemã, que podia traduzir os escritos de Lutero. Enquanto o Luteranismo ganhou uma posição entre a população de língua alemã, o Calvinismo se tornou amplamente popular entre a etnia húngara.[57] Provavelmente, os protestantes chegaram a ser maioria na Hungria até o final do século XVI, mas os esforços da Contra-Reforma no século XVII levaram uma maioria do reino de volta ao catolicismo.[58]
Imediatamente após o início da Reforma Protestante, a Igreja Católica Romana decidiu tomar medidas para frear o avanço da Reforma. Realizou-se, então, o Concílio de Trento (1545-1563),[63] que resultou no início da Contrarreforma ou Reforma Católica,[64] na qual os Jesuítas tiveram um papel importante.[65] A Inquisição
e a censura exercida pela Igreja Católica foram igualmente
determinantes para evitar que as ideias reformadoras encontrassem
divulgação em Portugal, Espanha ou Itália, países católicos.[66]
O biógrafo de João Calvino, o francês Bernard Cottret, escreveu: "Com o Concílio de Trento
(1545-1563)… trata-se da racionalização e reforma da vida do clero. A
Reforma Protestante é para ser entendida num sentido mais extenso: ela
denomina a exortação ao regresso aos valores cristãos de cada
"indivíduo"". Segundo Bernard Cottret, "A reforma cristã, em toda a sua
diversidade, aparece centrada na teologia da salvação. A salvação, no
Cristianismo, é forçosamente algo de individual, diz mais respeito ao
indivíduo do que à comunidade",[67] diferente da pregação católica que defende a salvação na igreja.[68]
O principal acontecimento da contra-reforma foi o Massacre da noite de São Bartolomeu. As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 70.000 e 100.000 protestantes franceses (chamados huguenotes).[69]
Um dos pontos de destaque da reforma é o fato de ela ter
possibilitado um maior acesso à Bíblia, graças às traduções feitas por
vários reformadores (entre eles o próprio Lutero) a partir do latim para as línguas nacionais.[70] Tal liberdade fez com que fossem criados diversos grupos independentes, conhecidos como denominações. Nas primeiras décadas após a Reforma Protestante, surgiram diversos grupos, destacando o Luteranismo e as Igrejas Reformadas ou calvinistas (Presbiterianismo e Congregacionalismo). Nos séculos seguintes, surgiram outras denominações reformadas, com destaque para os Batistas e os Metodistas.
Atos 1 - ACF - Almeida Corrigida Fiel A Bíblia preservada pelo SENHOR. Veja mais neste blog: solascriptura-ACF.blogspot.com
1
FIZ o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar,
2
Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera;
3
Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas
e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e
falando das coisas concernentes ao reino de Deus.
4
E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de
Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim
ouvistes.
5
Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
6
Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?
7
E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.
8
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e
ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria, e até aos confins da terra.
9
E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.
10
E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco.
11
Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o
céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir
assim como para o céu o vistes ir.
12
Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual
está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado.
13
E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e
André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão,
o Zelote, e Judas, irmào de Tiago.
14
Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.
15
E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos (ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas) disse:
16
Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito
Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia
daqueles que prenderam a Jesus;
17
Porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério.
18
Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniqüidade; e,
precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se
derramaram.
19
E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém; de maneira que na sua
própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue.
20
Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, E
não haja quem nela habite, e: Tome outro o seu bispado.
21
É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós,
22
Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi
recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua
ressurreição.
23
E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias.
24
E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido,
25
Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar.
26
E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi contado com os onze apóstolos.
O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. Nm 6.24-26